Um olhar cauteloso (e ligeiramente céptico) sobre o DMK para 2025
- Mónica Almeida
- 13 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de out. de 2024

Quem me dera ter uma bola de cristal para dar aquela espiada no marketing angolano em 2025. Depois de um ano em que assistimos ao espectáculo "gas"-tronómico e à humilhação ao Kwanza, muitas empresas ficaram tímidas para alocarem budgets a iniciativas de marketing com ROI difícil de explicar. Não é para menos que olhe convido para olharmos para as tendências globais com uma mistura de curiosidade e aquele cepticismo básico.
Mas vamos soltar a imaginação um pouco, não? Finjamos que estamos adiante no tempo, ou quem sabe, numa dimensão paralela cheia de potencial. Aqui vão algumas previsões para 2025, tudo com o charme inigualável do realismo angolano, é claro.
Realidade virtual hiper-realista ou CGI (para os optimistas)
O fim da realidade como a conhecemos esqueçam os influencers de carne e osso. 2025, cada marca terá o seu elenco de celebridades CGI (Computer Graphic Imagery) tão realista que farão os nossos avós questionarem se são de facto reais.
Tipo.... um futuro onde todas as marcas angolanas possuam os seus próprios "exércitos" de celebridades virtuais, influencers digitais tão convin entes que até a tia Joana, que ainda tem um pé atrás com o whatsapp, ficaria na dúvida sobre a sua existência.
Realidade em Angola: Já vi algumas campanhas em Angola a usarem o CGI... no entanto, gostaria de perceber até que ponto tem impacto no público-alvo. Porque, verdade seja dita, muito do público-alvo quer mesmo a simples ginguba com banana e bombó - ou seja, campanhas que conversem com eles e não que os levem para o Matrix (que nunca viram, talvez) ou aqueles filmes do Blast que prende toda a gente com os efeitos especiais do Jurassic Park. Mas heyyyy... a iniciativa está lá!
IA (Inteligência Artificial) Emocional (com um toque de "jeitinho angolano)
Num mundo perfeito, teríamos assistentes virtuais que entendem as melindrosas nuances emocionais do público angolano.
É verdade que talvez possamos treinar os chatbots para não interpretarem o "bué" ou "cartar" como um erro ortográfico. É a busca constante por pequenas vitórias.
Realidade em Angola: O Fala Angola era daqueles programas que, além de resolver e trazer alguns problemas, apelava ao emocional. Talvez um IA do Fala Angola bem treinado, com respostas no tom de voz certo e... digamos, menos a "cutucar a onça com a vara curta, ou sem vara" pudesse trazer alguma esperança às iniciativas de marketing... Mas o Fala Angola e o marketing não parecem "falar" não é?
Marketing Telepático (ou que pelo menos tente adivinhar o que o cliente quer)
Não sei se estão a par do mais recente negócio das "massagens". Este negócio, que mereceu um editorial excelente no Novo Jornal - o caçador de orgasmos - conta-nos todo o business model porque entendeu a necessidade do mercado.
Realidade em Angola: Temos sim que educar o povo...seja por que via for, mas temos uma franja de mercado que ainda tem audiência da bola de cristal do "Charles Buá Puati" estaremos nós, experts com acesso a mil coisas, trazer inovação tecnológica, quando talvez a inovação mediática, passaria por algo tão mais simples.
Mas a ver vamos se um dos influencers da bola de cristal pode invadir os sonhos do público, uma estratégia subliminar e directa à meta.
Sarcasmos à parte, as "enquetes no facebook ou instagram podem ser a nossa versão de telepatia, não acham?
Eco-Marketing extremo
Tão verde que as acácias não conteriam as suas folhas de aplauso. Apadrinhar um jardim continua a ser tendência, até porque tudo relacionado ao meio-ambiente não sai de moda não é?
Ainda não é possível convencer as empresas a reduzirem o uso de plástico em embalagens mas é um passo de cada vez. Não podemos lutar por "papel ecológico" ou materiais bio-degradáveis quando não produzimos ainda uma aspirina.
Nano Influencers
Sendo o país um conjunto de províncias, as províncias um conjunto de municípios, os municípios um conjunto de bairros, os bairros um conjunto de casas... as casas um conjunto de família e depois os seus indivíduos... os nano influencers continuarão uma tendência e cada vez maior. As novas estrelas dos nossos bairros são gigantes na eficácia e na matemática da conversão. Experimentem!
Em conclusão, enquanto o mundo fala do CGI, realidade virtual e marketing quântico, nós em Angola estaremos provavelmente a aperfeiçoar o básico, mas com estilo. E sabem que mais? Às veze, fazer o básico bem feito é mais revolucionário do que qualquer tecnologia futurista.
Adoptar o método KISS: Keep it Simple, stupid!
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