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Reinventar a roda? Não obrigada! Com Dua Lipa e a tendência do apelo à memória

Atualizado: 28 de out. de 2024



Quem disse que é preciso reinventar a roda? No mundo do marketing, esta velha máxima continua a ter uma eficácia surpreendente. E quem melhor para nos lembrar disso do que Dua Lipa? Com os seus êxitos sonoros, a diva do pop mostra como dar uma nova vida a melodias antigas pode ser uma estratégia vencedora. Afinal, porque não pegar naquela cassete empoeirada para dar um show no TikTok?



A alquimia de Dua Lipa e o ciclo já-visto

Dua Lipa tem feito magia ao incorporar vibes retro em produções modernas, levando-nos a uma viagem onde o passado é o novo futuro: Aqui abro parênteses (nota que não é para todos nós... os mais novos não conheceram estes hits ou, os como eu que são "novinh@s" são bastante ecléticos na sua cultura musical) - Canções como "Physical" e "Don't start now" são a prova de que um toque dos anos 80 mistrura com batidas modernas pode dar origem ao novo "in". Aqui a lição é clara: as tendências são cíclicas, e não há mal nenhum em dar um novo twist às velhas glórias.




Para todos os guerreiros do marketing, isto é música para os ouvidos: pegar algo que já foi um sucesso pode ser uma maneira infalível de recapturar corações (e carteiras... não fosse a icónica Chanel 3.55 a das mais vendidas - ler Zoe). Com o ressurgimento do vintage (por favor ler vínt-age com sotaque francês... o meu namorado adora gozar comigo) muitas marcas estão a resgatar histórias de outrora para cativar as gerações X, Y e Z. Sim até os millenials e a Gen Z parecem ter uma queda pelo charme do "bom e velho".



O charme do vintage no marketing

De acordo com um estudo da WGSN, a moda pelo retro aumentou 200% no universo do e-commerce nos últimos anos. A procura por memórias encapsuladas no tempo é real, meus caros. Porque, como diaria um marketer com ar pseudo-intelectual, há uma beleza intemporal na nostalgia, certo? A realidade é que as almas nostálgicas desejam experiências que lembrem tempos mais simples, e isso vende!


Assim como a Dua Lipa ressuscitou os sons dos anos 80 e 90, as marcas angolanas têm uma oportunidade de ouro para aproveitar a nostalgia local... lembram-se de "Nocal Apetece" ou a "Cuca BGI"... ou serão apenas mitos urbanos (como o caixão vazio?) Ah! Já agora... este foi o maior mito e propaganda nos anos 90 que Luanda alguma vez viveu... não se sabe se o mito foi criado por alunos que não queriam ir à escola, por professores que não queriam dar aulas, ou se pura e simplesmente a velha tática "do medo" estava a ser testada.


Mas voltando ao charme do vintage... é possível capitalizar tudo o que já foi feito e usar tais ingredientes para campanhas ou produtos autênticos. O que era válido antigamente?


Falta-nos contar histórias que conectem o antigo ao novo, recriar narrativas do passado como trampolim para a inovação. Mais do que isso, falta-nos a real conexão com as pessoas, a maior e melhor rede social eram os nossos amigos, vizinhos, colegas... E mais, já não somos crianças mas o jogo da "cabra-cega" ou "escondidas" assim como a sueca e outros jogos em meio a tremoços, ginguba, paracuca, kitaba e outros quitutes, cultivavam experiências tão interactivas que... havia uma certa fidelização.

Mas não parece tão simples como escrevo, certo?! Não existe uma fórmula do sucesso. Acredito que o segredo esteja em encontrarmos o equilíbrio perfeito entre o respeito pela tradição e a ousadia da inovação. Assim como a Dua Lipa não se limitou a copiar os anos 80, mas os reinventou, as marcas angolanas devem buscar a sua própria "Future Nostalgia".


 

A rapidez com que as coisas mudam é assustadora. Em tempos cada vez mais digitais, a essência vai se desvanecendo, a autenticidade é mais do mesmo e a insatisfação é uma constante. Seja insatisfação pela vida perfeita, pelo trabalho perfeito, pela conclusão do trabalho "perfeito" ou a não conclusão... a verdade é que o mercado deseja conexões autênticas.


Uma das marcas que, a meu ver soube jogar com as raízes culturais e navegar nesta onda nostálica, com um "mix" do melhor do passado, com as possibilidades do presente (o que há de disponível) e inovou com sucesso foi o Grupo CHA - Chef Helt Araújo - que com a rotatividade de cardápio, consegue manter a carta apelativa e resgata os 5 sentidos.


Se recolheremos estas experiências, as marcas estarão um passo à frente na conquista do coração (e da carteira) dos consumidores.


Só aqui, entre nós, divagando... era a Africell fazer uma campanha sobre a rede da Unitel que tem estado inconstante, à la moda da Movicel que brilhou com a campanha onde havia um utilizador de "outra rede" a tentar falar e, para "apanhar rede" teve de subir na árvore, enquanto o utilizador da movicel falava naturalmente ... divagando aqui mais um pouco - lembrar que assim como as tendências são cíclicas, as marcas hoje podem estar por cima, como podem estar por baixo - mas isso é assunto para outra ocasião.


Voltando...

Não é necessário reinventar a roda, mas dar-lhe um novo giro pode levar-nos a lugares surpreendentes. Afinal, como diria a Dua Lipa, "One Kiss is all it takes" - às vezes, um toque de nostalgia é tudo o que precisamos para criar uma conexão duradoura com o nosso público.












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