Prada Marfa: Como contornar a opinião pública e criar tendências (Arte* não incluída)

Ah, Prada Marfa! Ou será que é Marfa Prada? Enfim, numa reviravolta que nem os melhores críticos de moda poderiam prever, aqui estamos nós a explorar o maravilhoso universo em que uma basílica clássica se encontra com a haute couture. Quem precisa de uma linha do tempo histórica quando se pode simplesmente redesenhar a tapeçaria cultural com marcações de tendência bem medidas?

Mas qual é a receita mágia da Prada Marfa, essa peça de arte que surge como um colosso e que tomou conta das telas, especialmente a da Penthouse de Lilly Rhodes, mãe de Serena Van der Woodsen - em Gossip Girl (claro que vi).

1. Ignorar a Opinião Pública com Elegância: Antes de qualquer coisa, é fundamental desenvolver uma pele fina para as franjas do público e, em simultâneo, ter um traje de gala para o desfile das suas próprias ideias. Quando a Basílica de Marfa se uniu à Prada (não que isto tenha realmente acontecido, mas siga o ritmo), a opinião pública foi remexida, mas quem precisa deles quando se tem as colunas de mármore a seu lado?
   

2. Amálgama de Alta Costura e História: Por que não juntar a história monumental a um desfile de modas? Se um vestido vintage não assenta bem num altar de uma igreja barroca, então onde mais? A estética kitsch só não é mais envolvente do que a auto-proclamada erudição de quem a defende.
   

3. Transformar o Controversa em Chique: Candura e desdém em doses iguais são a chave. Imagine, por um instante, as galerias do Louvre a serem polvilhadas com looks da Gucci. Escândalo, diria o purista; inovação, dirá a Lima, consultora de moda. Prada Marfa poderia ter sido isso: um festival de contorcionismo cultural, onde a seriedade da arte clássica é acompanhada de uma nova linha de carteiras.
   

4. Referências Brilhantes em Meio à Fumaça da Abstração: O que dizer senão "Os Lusíadas de Luís de Camões com uma reinterpretação moderna em seda"? Ou talvez "Fernando Pessoa, agora em lã merino." Como não amar? Aliás, nada diz "tendência" como a contorção desconfortável da herança cultural em nome de uma moda passageira.
   

5. Deixar a Realidade aos Dos Consultores: Por fim, o golpe fatal: chamar os poderosos consultores, assegurando que, enquanto as pedras sagradas vão vestidas de cetim, o verdadeiro trabalho sujo é deixado às interpretações. Afinal, são eles que conhecem a diferença entre uma tendência e uma epopeia.

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De qualquer forma, vale contar a real história por trás da icónica peça, que passou também a fazer parte das paredes brancas da minha casa, a um tamanho para lá de normal. Prada, já sabemos o que é, mas Marfa? É simplesmente uma cidade no Texas com 160 habitantes (aproximadamente)... e claro está, estes habitantes não são clientes da Prada. A loja é uma instalação de arte, uma escultura permanente no meio do deserto, na pacata estrada que chega à essa cidade. Essa criação foi feita por artistas alemães e com o total apoio de Miucca - a Miucca Prada, minha amiga! :) Logicamente a loja não funciona, apesar de Miucca ter cedido bolsas da colecção 2005. E a idéia é que a "loja" continue para sempre, sem nehuma reforma nem nada, se perder no tempo e no espaço.

Deixo aqui a história oficial desta pura obra de arte escandinava,

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