Marketing: Mais Próximo das Finanças do que Imagina
- Mónica Almeida
- 3 de out. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de out. de 2024

Quando pensamos em marketing, muitos imaginam equipas criativas a elaborar campanhas de publicidade deslumbrantes ou a criar slogans cativantes. No entanto, a realidade é bem diferente. O marketing, na sua essência, está mais próximo dos números frios das finanças do que do burburinho das vendas. Como diria Peter Drucker, "O objectivo do marketing é tornar a venda supérflua". Mas como chegamos a esta conclusão?
Não é sobre vender, é sobre compreender: A verdadeira natureza do marketing
O marketing não é venda (sério, não é!)
Primeiro, vou esclarecer um equívoco comum: marketing não é sinónimo de vendas. Enquanto o departamento comercial se concentra em fechar negócios, o marketing está preocupado com algo mais fundamental: compreender o mercado. Como afirmou Philip Kotler, "Marketing não é a arte de encontrar maneiras inteligentes de descartar o que faz. É a arte de criar valor genuíno para o cliente".
Previsão de mercado: Onde o marketing encontra as finanças
O marketing moderno baseia-se fortemente em análise de dados e previsões de mercado. Estas previsões não são muito diferentes das projecções financeiras que encontramos nos departamentos financeiros. Ambos procuram antecipar tendências e comportamentos futuros, seja do mercado ou da economia em geral.
"A economia, estúpido!": Por que o marketing precisa de entender de finanças
O poder de compra é rei
Um aspecto crucial do marketing é compreender a capacidade de compra do consumidor. Isto está intrinsecamente ligado à saúde de um país. No caso de Angola, por exemplo, as flutuações no preço do petróleo têm um impacto directo no poder de compra dos consumidores, afectando drasticamente as estratégias de marketing.
Marketing em Angola
O nosso país apresenta um caso fascinante para os profissionais de marketing. Com uma economia historicamente dependente do petróleo, tem enfrentado desafios significativos nos últimos anos. A diversificação económica tornou-se uma prioridade, e o marketing desempenha um papel crucial neste processo
Considere o seguinte cenário: Uma empresa de telecomunicaçãoes planeia lançar um novo serviço de internet móvel em Angola. O departamento de marketing não pode simplesmente criar uma campanha atraente; deve considerar:
A volatilidade da moeda local e o seu impacto nos preços
A distribuição da renda no país e como isso afecta o mercado-alvo
As previsões económicas para os próximos anos, incluindo possíveis mudanças nas políticas governamentais
Estes factores estão mais alinhados às análises financeiras do que com estratégias de vendas tradicionais.
Números não mentem, pessoas mentem: a objectividade das finanças no marketing
Previsões financeiras: a bússola do marketing
As previsões financeiras oferecem uma baseia mais sólida para as decisões de marketing do que as intuições do departamento comercial. Enquanto as vendas podem ser influenciadas por factores de curto prazo, as análises financeiras tendem a capturar tendências de longo prazo mais fiáveis.
ROI: A língua comum entre o marketing e as finanças
O Retorno Sobre o Investimento (ROI) é um conceito fundamental tanto para o marketing como para as finanças. Esta métrica ajuda a quantificar o impacto das estratégias de marketing, tornando-as mais tangíveis e alinhadas aos objectivos financeiros da empresa.
O marketing eficaz no século XXI requer uma compreensão profunda não apenas do comportamento do consumidor, mas também das realidades económicas e financeiras. Em mercados emergentes como Angola, esta intersecção entre marketing e finanças torna-se ainda mais crítica.
Como observou sabiamente Warren Buffet, "Preço é o que paga, valor é o que recebe". O marketing moderno não se trata apenas de comunicar um produto ou serviço, trata-se de compreender e criar valor num contexto económico complexo.
Portanto, a próxima vez que alguém sugerir que o marketing é apenas sobre "criar anúncios bonitinhos", lembre-se gentilmente que, na realidade, os profissionais de marketing estão mais propensos a estar debruçados sobre folhas de cálculo e relatórios económicos do que a escolher as cores para o próximo outdoor.
Afinal, num mundo onde "Cash is King" o marketing que não fala a língua das finanças está destinado a ficar sem reino para governar
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