Brand Wheel: A anatomia das marcas
- Mónica Almeida
- 20 de set. de 2024
- 6 min de leitura
Atualizado: 28 de out. de 2024

Vamos dissecar o intrigante mundo do branding, uma palavra que muitos adoram usar, mas poucos realmente compreendem. Como sempre, farei com a minha dose habitual de sarcasmo e um toque de polémica, porque é assim que gosto de agitar as águas.
Antes de mergulharmos de cabeça nesse oceano de logótipos, slogans e "experiências de marca", vou esclarecer uma coisa: o branding não é apenas ter um logótipo bonito que fique bem em canecas e t-shirts da empresa. É um não ( e vou repetir isso vezes sem conta). É muito mais do que isso... é uma sinfonia complexa onde cada elemento tem um papel fundamental. E para servir como guia nesta orquestra, temos a famos "Brand Wheel".
Vamos girar nessa roda da fortuna corporativa?
Começaremos por voltar a girar a roda... O que é o Branding Afinal?
Se ainda pensas que o branding é apenas colar um logótipo reluzente em tudo o que vês pela frente, então my dear, estás redondamente equivocad@. Branding é uma experiência, uma emoção, uma memória que as marcas deixam nas pessoas. Nos dias de hoje, os produtos já não são apenas produtos. A Starbucks não é só café (verdade seja dita, também nunca o foi). A BMW não é apenas um carro. A Rolex não é apenas um relógio. Interagir com erstes produtos é uma experiência que vai além da função básica que eles desempenham (e já falei sobre isso noutros artigos).
A importância do branding nos dias de hoje (ou porque pagamos mais de 10 mil Kwanzas por uma caixa Nespresso)
Vivemos numa era de escolhas infinitas, onde produtos melhores surgem a cada minuto e estão a apenas um click de distância. No entanto, algumas empresas conseguem dominar indústrias inteiras. Qual é o segredo? Bem, não é a magia negra (embora às vezes pareça), É o branding!
Vejamos alguns números:
As marcas consistentes têm 3,5 vezes mais probabilidade de serem reconhecidas pelos consumidores. Sim, é por isso que a Coca-Cola continua a vender água com açúcar há mais de um século.
64% dos consumidores citam valores partilhados como a principal razão para se relacionarem com uma marca. Aparentemente, as pessoas gostam de pensar que as empresas têm uma alma.
Uma apresentação uniforme da marca pode aumentar as receitas em 33%. Quem diria que combinar as cores do logótipo com as meias do CEO poderia ter tanto impacto?
Mas não é só sobre números. Pensemos na starbucks. Já não vendem apenas café, vendem uma "experiência". É por isso que as pessoas estão dispostas a pagar mais de 5€ por um café que custa 50 cêntimos para fazer em casa. A BMW não vende apenas carros, vende o "prazer de conduzir". E a Rolex? Bem, eles vendem a ilusão de que usar um relógio caro o torna automaticamente bem-sucedido.
Estas marcas conseguiram criar uma identidade tão forte que os consumidores não compram apenas os seus produtos, compram a ideia do que esses produtos representam.
Vamos continuar com a próxima secção, focando na brand wheel.
Os 12 elementos da Brand Wheel (ou como fazer a marca parecer mais profunda do que realmente é)
Agora que já percebemos porque é que o branding é tão importante, vamos olhar para os 12 elementos da Brand Wheel.

Logótipo ou logo: Sim, é importante, mas acreditem, não é porque tens uma imagem bonita que o mundo vai parar para te admirar. Uma cara bonita só te leva até certo ponto.
Identidade Visual: Inclui cores, tipografia, layout e espaço em que a marca será usada. É como escolher a roupa para uma festa. Podes aparecer de "Suit&Tie" ou de pijama; a escolha é tua, mas não esperes pelos mesmos resultados.
Filosofia de atendimento ao cliente: Como tratas aqueles que pagam as tuas contas? Com um sorriso genuíno ou com um suspiro de quem preferia estar em qualquer outro lugar?
Processos do negócio: Surpreendido? Sim, aquela desarrumação interna que chamas de "processo" afecta a tua marca. Se é uma confusão por dentro, não esperes brilhar por fora.
Canais de comunicação: Onde e como chegas ao teu público? Estás nas redes sociais, envias emails, usas sinais de fumo? Escolhe sabiamente, porque não adianta gritar no vazio.
Marcas associadas: Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és. As tuas parcerias podem elevar-te ou puxar-te para baixo. Escolhe os eus amigos cuidadosamente.
Abordagem de marketing: Tens um plano de marketing decente, ou ainda distribuis panfletos à torta e à direita? Talvez seja a hora de ousar, mesmo no século XXI
Redes Sociais e Networking: Estás a aproveitar o poder das redes sociais (as pessoas que conheces) ou apenas a publicar por publicar. Networking é vital, mas precisa de ser feito com inteligência.
Tom de voz: Como falas com o teu público? És formal, descontraído, ou talvez sarcástico (como eu)? O tom de voz deve ser consistente e reflectir a essência da tua marca.
Valores: Os valores são o norte moral da tua marca. Sem eles, és um barco à deriva, à espera que a maré te leve a algum lugar.
Tipo/Qualidade de Produtos e Serviços: No final das contas, ofereces algo de qualidade? Se o teu produto ou serviço for medíocre, nem todas as estratégias de branding do mundo te salvarão.
O branding como investimento (ou como gastar dinheiro para ganhar mais dinheiro)
Há uma frase que é "É preciso gastar dinheiro para ganhar dinheiro=" Bem, no mundo do branding, isto é mais verdadeiro que nunca. E não é "gastar" é "INVESTIR". Como disse o magnata Steve Forbes: "A tua marca é o investimento mais importante que podes fazer no teu negócio." E, pela primeira vez na história, vamos concordar como alguém rico sem fazer uma piada sarcástica. Mas porquê investir em branding? Bem, porque a consistência é a chave. Quando compramos umas sapatilhas adidas, sabemos que estamos a investir num calçado de qualidade que é confortável e durável. Esta consistência é o que faz com que os clientes voltem. É como aquele amigo fiável que está sempre lá para nós - só que, neste caso, o amigo quer o teu dinheiro.
A apresentação uniforme da marca pode aumentar as receitas em 33%. Isso significa que, se a tua empresa facturou 100.000.000 Akz no ano passado, uma marca consistente poderia ter-lhe rendido mais 33.000.00 Akz. Pensa em todas as canecas de café da empresa que poderia ter comprado com esse dinheiro!
Mas atenção: o branding é um processo contínuo. Não é algo que se faz uma vez e se esquece, como as nossas promessas e Ano Novo de ir ao ginásio faça chuva ou sol. As empresas muitas vezes tentam cortar custos no branding para se focarem em resultados a curto prazo. É como tentar ganhar uma maratona a correr apenas os primeiros 100 metros - pode parecer que estamos a poupar energia, mas no final, vais ficar para trás.
Lembrem-se: numa era em que os produtos estão cada vez mais semelhantes, é a tua marca que o diferencia.
Então, para a próxima, antes e pensarem em cortar no orçamento de branding, é importante ter em mente que não estás apenas a investir num logótipo ou slogan catchy. Estás a investir na percepção que o mundo tem sobre o teu negócio. E no fim do dia, essa percepção pode ser a diferença entre o ser a próxima Apple da vida ou o próximo... bem, aquela marca que ninguém se lembra.
A arte de ser inesquecível (ou pelo menos tentar)
E cá estou eu, no fim desta viagem pelo fascinante (e absurdo) mundo do branding. Se chegaste até aqui, parabéns! És um resiliente. Já sabes mais sobre branding do que 90% dos "especialistas em marketing" do LinkedIn.
Recapitulando: O branding não é sobre ter um logótipo. É sobre criar uma identidade coerente e memorável para os negócios, que abrange desde o logótipo até à forma como atendes os teus clientes (sim, até aquele cliente chato que aparece cinco minutos antes do fecho).
Investir em branding é como investir num fato caro para uma entrevista de emprego (só não caiam na minha história, que fui de Hugo Boss e intimidei o Assado Kozido), mas se conseguires o emprego (ou neste caso, o cliente) terá valido a pena... não! A galinha inteira!
E ter em mente os 12 elementos da roda do branding ou Brand wheel. Pensa neles como os 12 passos para a sobriedade corporativa - ignora-os por tua conta e risco.
E se ainda achares que podes negligenciar o branding e ser bem-sucedido, boa sorte. Vais precisar. Afinal, numa festa cehia, é sempre mais fácil encontrar alguém vestido de palhaço do que alguém com um fato bege.
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